sábado, 27 de fevereiro de 2010

Chacina

São corpos nus empilhados, todos desmembrados. Rios de sangue vermelho reflectem os olhos pálidos sem vida, o cinza dos miolos espalhados pelo chão. "Parece com uma pintura" o assassino disse enquanto pintava formas e mensagens usando o néctar derramado. A situação era constrangedora, e quase que tímido ele acariciava as formas femininas, agora incapazes de reagir ante seu toque. Ele falava em murmúrios com suas vitimas sobre poesia, sobre suas viagens, sobre outras chacinas. É, ele contava cada detalhe, cada corte de navalha sobre a carne branca, o cheiro de cada cabelo. A delicadeza das peles era o seu vício, e vê-las rijas horas depois o seu fascínio.
Não havia dúvida da sua natureza, simples que era. Toda noite era de sono para esse Gandhi macabro.
Que inveja mais tola a minha.

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