segunda-feira, 29 de março de 2010

Vita

Tão inconstante, imprecisa. Um terremoto em tantos sentidos, na sua imprevisibilidade, força, surpresa. A vida fascina aqueles quem a formam, é tão linda. Tenebrosa. Os Portugueses chamavam o Atlântico de Mar Tenebroso por temerem cada centímetro da sua falta de conhecimento. Francamente somos todos tão ignorantes. Não vide minha expressão como depressiva, abstenha-te à reflexão. Esses clássicos todos iluminam a mente como tochas de fogo azul, cada pincelada do violoncelo, os agudos dos violinos, esse piano retumbante.


Bum, bum, bum.


É alegre allegreto sereno, de cores vermelhas, verdes e amarelas.

Vital é o concerto. Concierto. A vida é um recital, existe a plateia que divide o mesmo plano, no palco os músicos, o regente impera a turba, é glorioso. Sou eu o instrumento, tão vulnerável ao sopro, ao toque, às batidas leves, ora enérgicas. Meu timbre é único, mas isso não faz dele prodigioso. Meu timbre é tão baixo, meu timbre se esconde onde timbres ensolarados vociferam. Idolatrando tais timbres, o meu acaba doente da própria insignificância, por fim a padecer em um sofá de couro negro, as luzes apagadas, em um dia de Agosto, nem verão, nem inverno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário