domingo, 25 de abril de 2010

Rejeição

Metamórfica, tão diferentes suas versões, opiniões. A rejeição me arranha a cabeça, rejeito a mim mesmo, rejeito a rejeição que outros tem por mim. Rejeito o sono, não o quero. Rejeito o prazer, não é do meu agrado. Rejeito o que me parece falta de amor, opinião fresca como essa brisa e ao mesmo tempo tão antiga quanto meu primeiro soneto. Agora mesmo, repudio minha escrita, esse desabafo da meia-noite. Palavras voláteis, vomitadas em rajadas inconstantes. Essa inspiração grotesca, de um mote já batido, linhas, tenho certeza, já usadas. Não há nada de novo aqui, mais dúvidas, mais depredação. Uma crescente vontade de colocar uísque no meu café amanhã, um crescente vontade de não dormir hoje. O desejo é tão banal que merece ser exposto: O que abala meu sono é a falta de carinho, a falta de um beijo de minha amada ante ao meu descanso, um abraço sincero daquele que junto de mim aproveitou o dia. Uma verdade ou outra sobre a vida, finalmente, exposta. Uma ou outra linha de sinceridade no mundo. É tudo o que peço. Inútil.


Entretanto, obrigado.


Eu sei que não tenho a força de vontade, minha mente vai fraquejar em algum momento e amanhã estarei desejando que tivesse adormecido vendo aquele filme careta, que simplesmente me foi indiferente, ao invés de ter saído na madrugada com um cigarro na mão, uma caneta na outra, o papel sobre as coxas ficando molhado, vazio em conteúdo, vazio em cor. Fui dormir com os olhos abertos, porque as pálpebras cerradas em dias de trovão são minhas piores inimigas.

3 comentários:

  1. Ah, então eu que peço desculpas por ter entendido errado e por talvez ter parecido grossa, mas é porque eu gosto do seu blog, mas não necessariamente você precisa gostar do meu, por isso disse pra não acompanhar.

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