terça-feira, 22 de junho de 2010

Anjo Bucólico


E não o nego, amo o anjo que aqui repousa. Todas as curvas do rosto brancos tapadas pela mão ainda mais branca. Os trajes não importam, meu anjo está nu diante de meus olhos lacrimejosos. Finalmente adormecido. Vejo as marcas das mordidas minhas, demonstrações de afeto na carne. Nada sexual, o impulso do abraço vem do sentimento de falta. E é tanta esta. Temo estar agindo certo sem querer, por instinto já muito errôneo. Por amor destilado ao anjo. Meu anjo. E é recíproco, pois quando abre os olhos ele aperta minha mão, chama meu nome e me acolhe contra o seio. E se faz paz. As luzes apagam e, como em uma cena de teatro, expresso o amor no sorriso inocente. Por favor Anjo, não vá embora sem antes de eu balbuciar "adeus".

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