quinta-feira, 15 de julho de 2010

Se chama Solidão

Passados dois minutos, o primeiro suspiro. As mãos se fecham em exercício do frio. Ou é nervosismo?

Agora sete minutos, e as duas horas decorridas desfilam diante da mente. As risadas forçadas, os abraços ensaiados. As piadas sem graça, o afeto de fachada. O segundo suspiro.

Dez minutos e a mente divaga. O significado é procurado, questionado, interrogado e por fim abandonado. Inútil. O ar fica pesado

Doze minutos para os espaços alongarem, as paredes são como prisões e as janelas espelhos para a turba. A turba é igualmente desejada e repudiada. Suspiros inquietos repetidos.

Já nos dezesseis minutos os olhos lacrimejam, as mãos protegem o rosto, as pernas o abdômem. Na loucura do abandono se delira, imagina e sonha. Os sonhos e pesadelos alternam-se. As duvidas e certezas anulam-se diante da gigante depressão. Respiração rarefeita, em fases, lenta.

Agora beiram os vinte três minutos, e o soluço reina. A mente é o branco da inexistência, os feixes de vermelho da dor e há sempre os tons amarelos da esperança idealista.


Sobressalto!
Pois o telefone toca.

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