quinta-feira, 15 de abril de 2010

Nossas chamas queimaram meus sonetos sinceros.


Ela me instigou no escuro, flamas azuis hipnotizavam meu cérebro que simplesmente queria gritar, fazer arte, pintar o teto da cor do vento. Me aproximei sorrateiro, atento aos detalhes, uma curva, uma faísca alta, solitária ela me percebeu, recuou. Sem hesitação ataquei, fotografei suas feições alucinantes. Uma onda de prazer, um desejo reprimido que escapava de suas barras, percorreu todo meu corpo na frenzi artística. Ao menos o era na minha imaginação, para a águia-mor aquilo não passava de uma bobagem. Queimei os livros, queimei a mínima moralía. Crucifiquei a Bíblia e novamente pixei nos portões do Céu.


Que liberdade!

Me arrastei ao sofá, exausto e suado, ainda sentido o seu calor no rosto, os cabelos chamuscados. Que culpa eu tenho se me apaixonei por uma chama? Vou te distorcer à minha vontade, fazer dos seus traços espirais de ácido celeste. Que desça Deus e me agradeça por borrar seu quadro de fogo, finalmente sagrado, que ficou tão bonito. Divino.

Minha obra incandescente já morreu, sufoquei minha paixão sem a mínima piedade.
Minha amante me aguardava sobre a mesa e nela fiz o verdadeiro amor de que tanto gosto. Gostoso.

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