quarta-feira, 7 de abril de 2010

Tapete Mágico


Subi em um pedaço de linho já pronto, esbelto.
Com ele dominei os céus, fiz das nuvens a minha morada, pichei nos portões do paraíso.
Meu tapete persa, meu sonho de consumo.
Minha imaginação fértil, meu descaso pelo descanso nocturno.
Insonia nesse passeio utópico por cima dos prédios. Viajando sobre estúpidos alfinetes no quadro geral. Alfinetes fincados fundo, corrupto, raízes podres do alumínio já enferrujado.
O modismo aparente, aqui do céu, não passa de superstição, medo da rejeição, temor da falta de contacto.

Aqui, inerte, é silencioso, em nebulosa solidão me atingem apenas súplicas multi coloridas de um certo arco íris estressado. Um companheiro luciforme para me acordar.
No tapete mágico é fácil de cair no sono, com essa brisa fria, esse céu nítido, claro e estrelado, e a lua, minha amante lua, para me contar histórias de ninar. Sozinho, pacífico.

Libertas maximus, o tapete é vivo, sua mente é própria. Ele me rejeita a medida que aceito a razão, a cada indício de sanidade ele encolhe, murchando na minha mente até se tornar um pontinho escuro no céu azulado. Ele aguarda, alto no cosmos, o dia em que me perderei na vida, minha mente grite em socorro. Então descerá, me tomará no seu linho quente e juntos fugiremos para onde essa tempestade não tem raios, para onde as flores não tem espinhos.

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