domingo, 20 de junho de 2010

Fãs&Ídolos

Porque todos tem os seus, todos já foram um dos dois. Não é possível escapar, contestar, toda grande ideia tem o seu grande homem por trás, toda crença é saturadamente impulsionada por um grande pênis ideológico, esse intelectual, esse brutamontes, esse grande guerreiro, cantor apaixonante, sedutor impressionista. Já quis ser o meu, já quis amar os seus, já fui Deus e já fui discípulo. A grande fama daqueles que lutaram pela mesma, ainda que tenham lutado e falhado com o sucesso. Sucesso daqueles que aguentaram cada pancada, cada obstáculo e, como uma ave com a asa quebrada, caíram com grande impacto no chão frio.

Heróis não são feitos para sentir dor, não são programados para morrer.

E quando a mascara cai, no espaço opaco agora ocupa o rosto do padeiro, do motorista, do bêbado, do vagabundo. Faces independentes de emoção, enfim, faces banais. Porque são o que a verdade mente. Estas estátuas são de coitados maiores dos que seguram o lápis, drogados maiores dos amantes da agulha, infelizes iguais a mim. Porque, afinal, sou o herói do meu próprio fã.

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