quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Um brinde à Boemia.


Todos os cães reunidos
Em um bar, em uma casa de show.
Os bigodes finos, cigarrilhas à mão
Seus cabelos brilhosos iluminam o chão.
Contam glórias, aventuras passadas.
E as histórias ainda não perderam a graça.
Um brinde a Boemia!
Não é uma rua, não é um beco.
Hoje os cães foram ao puteiro.
O dia foi longo, árduo, quente
e na noite fria tomam seu aguardente com os amigos
com as amantes; Sorriem em demasia
E louvam suas vidas.
Gozam da cevada, debatem política e ali
Junto aos cães e a sarjeta escrevem sua poesia.
E se chamam poetas, amigos, se dizem boêmios.
Aclamam os mais antigos - "Vinicius!"
Ecoam suas vozes por latrinas, por lixeiras.
E o mesmo se repete dia após dia, se torna rotina.
Os dentes e cabelos caem, a pele enruga.
Ao leito de morte avisam aos sussuros:
"Viva uma vida bem vivida. Brinde a boemia".

Para todos aqueles que carregam um bloco de notas e uma gaita para onde quer que vão.

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